Masterboi

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15/08/2022

Maior frigorífico industrial do Nordeste

A primeira planta industrial frigorífica da Masterboi no Nordeste foi inaugurada no dia 15 de agosto de 2022, na cidade de Canhotinho, Agreste de Pernambuco, a 206 quilômetros da capital. A empresa, fundada há 22 anos, mantém sua sede no Recife e está entre os maiores frigoríficos do país, com duas unidades industriais na Região Norte - uma em Nova Olinda, no Tocantins; e outra em São Geraldo do Araguaia, no Pará.

Maior frigorífico industrial do Nordeste e o único a operar com o Serviço de Inspeção Federal (SIF) na região, a nova unidade segue o padrão de qualidade Masterboi, que garante o acesso aos mercados nacional e internacional, e, inicialmente, poderá exportar para os países do bloco Lista Brasil, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

Instalado numa área de 111 hectares, com 21 mil metros quadrados de área construída, a Masterboi Canhotinho tem capacidade de abater 700 cabeças de gado por dia, além de ovinos, caprinos e suínos.

Mobilização

A chegada da unidade industrial a Pernambuco já começa a mobilizar os criadores da região. Embora o Nordeste seja o maior produtor de ovinos e caprinos do país, os criadores não contavam com uma estrutura de alta demanda de animais para abate. Para alcançar a plena capacidade no matadouro, a Masterboi irá incentivá-los a realizar mais investimentos em genética e nutrição animal para, desta forma, obterem maior rotatividade dos plantéis.

Com base em informações do Censo do IBGE e estudos realizados em parceria com o Sebrae, a Masterboi identificou, num raio de 500 quilômetros a partir da fábrica de Canhotinho, que Pernambuco possui a maior disponibilidade de gado do Nordeste, com um rebanho de 2,1 milhões de cabeças. Em seguida vem o Ceará, com 1,9 milhão e a Paraíba, com 1 milhão de animais. “Muitos pecuaristas da bacia leiteira pernambucana, no entorno de Canhotinho, já estão se adaptando para atender às nossas exigências sanitárias e de procedência legal, e investindo em gado nelore e zebuínos, boas raças para corte”, afirma o gerente da Masterboi, Edis Caetano.

Para ser fornecedor da empresa, o produtor precisa comprovar inscrição no Cadastro Ambiental Rural (CAR), do Governo Federal, e cumprir a legislação de combate ao desmatamento ilegal; à sobreposição com unidades de conservação, terras indígenas ou quilombolas; embargos ambientais estaduais ou federais e ao trabalho análogo ao escravo. São exigências oficiais que regem toda a cadeia de fornecedores da Masterboi. Os fornecedores inaptos serão orientados a se adequar às regras socioambientais da empresa, que procura apoiar os pecuaristas na jornada de regularização e requalificação, quando necessária.

Toda a operação dos frigoríficos Masterboi é acompanhada pelos fiscais do Serviço de Inspeção Federal (SIF), ligado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Já certificada pelo SIF, a unidade de Canhotinho trabalha com uma equipe do MAPA, formada por fiscal e onze agentes da inspeção, acompanhando a operação e inspecionando todas as etapas, do recebimento do gado até a nota de saída da carga.

Bem-estar animal

O conceito de bem-estar animal é extenso e uma das exigências da Masterboi é que ele seja cumprido em todas as etapas, da criação e manejo pelos fornecedores, evitando patologias; durante o transporte para o frigorífico, e até chegar na área de abate da indústria.

Tudo é feito de acordo com as novas técnicas de criação para evitar stress nos animais, o que contribui para a qualidade da carne e pode até dobrar sua vida útil nas prateleiras. O transporte em caminhões é feito em baixa velocidade, evitando horários de sol forte.

Ao chegar na indústria, o gado é levado ao curral, toma banho para esfriar a viagem e, conforme o Programa de Autocontrole da Masterboi, fica em dieta hídrica de no mínimo oito horas antes de ser abatido, seguindo todas as normativas para evitar sofrimento animal. “Em um frigorífico industrial, tudo é feito sob as regras da inspeção federal, com garantia de procedência e qualidade para os consumidores”, explica o veterinário Milton Santos, gerente industrial da Masterboi Canhotinho.

Sustentabilidade

A unidade de Canhotinho foi planejada de acordo com as melhores práticas de segurança ambiental, a fim de obter o máximo proveito dos recursos naturais e a consequente redução do consumo de água e energia elétrica, além de garantir a segurança da operação industrial. A construção utilizou paredes pré-moldadas e uma estrutura metálica galvanizada a fogo, resistente à corrosão. A estrutura é coberta com telhas zipadas com domos transparentes que facilitam a entrada de luz natural para a iluminação interna.

A água tem o máximo aproveitamento. Um exemplo é o degelo da área de estocagem de congelados e resfriados (com capacidade total de 905 toneladas) que é reutilizado para a refrigeração da unidade. Como a água sai gelada, ela resfria mais rápido as torres de condensação do sistema de refrigeração, fechando o ciclo de economia entre água e energia. O uso racional de água consegue trazer uma redução de 20% no consumo de energia do sistema de refrigeração da fábrica.

Além disso, como está situada numa região alta, a planta da Masterboi conta com um sistema inovador que utiliza a topografia do terreno para tratar toda a água usada em sua operação.

No primeiro plano, a 635 metros de altitude em relação ao nível do mar, a água bruta é captada de uma adutora da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) e tratada pela Masterboi de acordo com as especificações sanitárias. O sistema próprio tem capacidade de produzir 150 mil litros por hora de água potável que ficam em três reservatórios, dois de 1 milhão de litros (cada) e um terceiro com capacidade de 250 mil litros.

No segundo plano fica o bloco industrial, instalado a 628 metros de altitude. Depois de usada, a água desce para a Estação de Tratamento de Efluentes (ETF), com altitude de 615 metros, onde recebe o tratamento físico-químico com flotadores (equipamentos que separam as impurezas), e daí segue para o tratamento microbiológico, em seis lagoas revestidas com geomembranas.

O processo de tratamento com uso da gravidade é inovador, mas o sistema de tratamento da água já é usado na planta do Pará e garante um índice de purificação de 98%, com aprovação da Agência de Meio Ambiente de Pernambuco (CPRH), atendendo às normativas do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).

Depois de purificada, a água estará pronta para a fertirrigação, técnica aplicada na Masterboi Pará. “Esta é uma inovação ainda pouco adotada pelos frigoríficos industriais no Brasil e é uma novidade em Pernambuco”, observa Edis Caetano.

Distribuída por aspersores para irrigação de uma área de pastagem de 35 hectares, onde a Masterboi mantém uma criação de manejo com 300 cabeças de gado, a água encerra seu ciclo de reaproveitamento.